Capitalismo e comunismo: suas lógicas econômicas explicadas para um alienígena

16:22

Ok. Você é um alienígena que acabou de chegar ao planeta Terra e quer saber, do "zero", de forma descomplicada e em cinco minutos o que são esses tais de "capitalismo" e "comunismo", e qual a diferença entre eles. Explico.

Capitalismo ou livre-mercado
Capitalismo é um nome que se consolidou historicamente para denotar um sistema econômico baseado na liberdade. É bem simples: você tem um produto que eu quero e escolhe me vender pelo preço que você quer. Se eu estou de acordo com o preço que você pôs em seu produto, eu o compro. Se não, não compro. E se quiser realmente seu produto mas o estou achando caro, procuro outra pessoa que ofereça o mesmo produto, mas o faz com um preço menor. Simples assim. Ninguém e absolutamente ninguém se intromete em nosso acordo. Nosso acordo é completamente livre! Ninguém faz nada por obrigação ou coerção. Você me vende o seu produto pelo preço que você quiser e eu compro se eu quiser. Ninguém arca com consequências de um acordo que não foi mútuo. Você, inclusive, pode optar por colocar um preço tão alto no seu produto que ninguém queira comprá-lo, e, caso você se sinta bem assim, ótimo. Ou você pode baixar o preço do seu produto e praticamente doá-lo (ou doá-lo de fato!) e, se você se sente bem assim, ótimo. Pelo fato de o que chamam de capitalismo ser um sistema econômico baseado na liberdade dentro das relações comerciais, o verdadeiro nome deste sistema é "livre-mercado". Mas por que, então, o livre-mercado é comumente chamado de capitalismo? Em alguns segundos eu respondo isso. Agora vamos ao comunismo.

Comunismo ou socialismo
O comunismo é um sistema econômico (na verdade ele é uma cosmovisão, mas vamos deixar isso para outra hora) que pressupõe, ainda que de maneira injustificada, que as diferenças sociais são más em si mesmas. E sendo más as tais diferenças econômicas, elas devem ser atenuadas ou niveladas. Mas para que as diferenças econômicas sejam atenuadas/niveladas, é necessário que uma força ou poder superior obrigue as pessoas que tenham maior renda a distribuir uma parte delas às pessoas que têm menor renda. O problema ético envolvendo esta coerção é simplesmente ignorado. Então, com a distribuição coercitiva de renda, o resultado deveria ser uma maior igualdade social. O problema é que (I) nem se busca uma justificativa filosoficamente aceitável para reputar a diferença social como má em si, (II) nem se busca justificativa filosoficamente aceitável para retirar os bens das pessoas e redistribuí-los, e (III) nem se busca uma justificativa filosoficamente aceitável para colocar um poder maior acima de todas as pessoas a fim de forçá-las a dar os seus bens. E além destes problemas que pairam sem respostas, a consequência inevitável do comunismo é a igualdade social na pobreza. No comunismo, os pobres continuam pobres ou ficam ainda mais pobres, e os ricos ficam mais pobres sempre. E por que isso acontece invariavelmente? Respondo em um minuto. O socialismo, por sua vez, é um "comunismo amenizado". O comunismo prevê a estatização completa e o socialismo permite que as pessoas tenham alguns bens de consumo ou particulares. Em ambos os casos há intervenção do Estado na economia, que gera uma série de consequências nefastas para a população. Ambas as propostas, em última análise, ferem as liberdades individuais e buscam o controle do cidadão. Virtualmente, são a mesma coisa. Dito isso, deixe-me voltar ao capitalismo.

Capitalismo ou livre-mercado - continuação
Uma vez que a tônica do capitalismo é a liberdade nas relações comerciais, o verdadeiro nome deste sistema é livre-mercado. Entretanto, o livre-mercado passou a ser condenado por um pensamento revolucionário que se materializou (trocadilho não proposital!) em Karl Marx, um cara que nunca trabalhou em sua vida inteira. Com efeito, este pensamento revolucionário não condenou apenas a liberdade nas relações econômicas, mas abomina qualquer liberdade individual: o indivíduo deve sempre ser sufocado pela ideia do coletivo. Mas voltando à questão econômica, na ordem de condenar a liberdade nas relações comerciais e culpá-la pelas mazelas sociais, o livre-mercado passou a ser chamado de "capitalismo", como se fosse um sistema que opera em função do capital, do dinheiro. Contudo, em uma relação comercial livre, a despeito da precificação dos produtos, a tônica ainda é a liberdade, e não o capital. Tudo opera em função da liberdade. De fato, isso é tão natural que todas as relações comerciais na história, desde os mais remotos tempos, foram articuladas com base nesta liberdade: você tem algo que me interessa (digamos, duas galinhas) e eu tenho algo que te interessa (digamos, um telescópio ... ou ... dez reais, não importa!), e se os dois estiverem de acordo, trocamos. E essa troca livre gera riquezas e ascenção social. Os ricos precisam contratar pessoas para trabalhar em suas empresas. Os mais pobres são contratados e, com emprego, podem investir em estudos e capacitação, reposicionando-se profissionalmente. Eles também compram coisas, já que eles podem e, comprando, mais produtos precisam ser fabricados, o que amplia a necessidade de abertura de empresas e contratações. A economia é aquecida. Todos compram, todos vendem e todos ganham. Agora vamos voltar ao comunismo.

Comunismo ou socialismo - continuação
Na empreitada de igualar, à força e de forma antinatural, as diferenças sociais, todo um sistema para mover isso deve ser criado (sindicatos, secretarias, entidades, empregados, salários, estrutura, tecnologia, etc.), e este sistema custa caro, muito caro! E como o dinheiro dos terráqueos não vem de Saturno, nem de Marte, quem paga isso tudo é a própria população. Os pobres pagam isso com impostos e incontáveis taxas, e continuam pobres. Os ricos, para não pagar estas taxas e impostos, repassam estes valores aos seus produtos ou aos seus funcionários. Assim, como seus produtos ficam mais caros, os pobres deixam de comprá-los e, finalmente, com suas vendas diminuindo, eles têm que demitir funcionários (gerando mais pobreza), suas empresas fecham, e eles ficam também mais pobres. Todos ficam pobres ... Exceto ... [lembra daquele cara que foi eleito para forçar a distribuição de renda, alimentar burocracia, intervir nas relações comerciais, criar e gerir a máquina estatal responsável por manter o sistema funcionando, etc.?] você acertou: o governante ditador ou sua classe política! Estes ficam cada vez mais ricos. E não podemos nos esquecer da classe artística responsável por fixar as "maravilhas" do comunismo na mentalidade popular, para que não haja revoltas. Essa classe artística engajada também fica bem rica, pois é paga pelo governo para realizar bem a sua propaganda. Fora isso, é só pobreza mesmo.

Livre-mercado ou comunismo/socialismo?
À vista deste B-A-BA rudimentar das duas principais vertentes teoréticas da economia, vamos tecer algumas conclusões. Em primeiro lugar, problemas sociais sempre existiram e sempre existirão, e a ordem é que cuidemos dos mais pobres de forma voluntária e com liberdade de consciência, e não terceirizando esta responsabilidade para uma estrutura estatal que vai ser incapaz de ajudar pobre a mudar de classe enquanto torna todos mais pobres. Em segundo, qualquer intervenção estatal na economia é, por força de lógica, socialismo, e socialismo, por força de lógica, é totalitarismo. Cada vez que o Estado se intromete na economia, seja determinando preços mínimos, seja determinando salários mínimos, seja "regulamentando" uma profissão (um eufemismo para possibilitar o roubo de mais um cidadão por meio de impostos e taxação), seja determinando o que deve ser vendido e o que não deve, ele está ferindo a liberdade dos indivíduos negociarem livremente. Em terceiro, é comum algumas pessoas associarem o "capitalismo" à ganância e a outras falhas de caráter. Mas isso é um grande erro. O amor servil ao dinheiro e outras mazelas no caráter humano jamais podem ser produzidas por um sistema econômico pelo simples fato de que não somente a ganância mas toda sorte de corrupção moral não vêm de fora, mas de dentro do homem. Ou seja, não corrompem o homem de fora para dentro, mas é o mal no próprio coração do homem que o torna mal e corrupto. Isso é apenas um eco do que disse Jesus em Mt 15.17-19. Desse modo, não é o "capitalismo" que produz ganância. Esta é intrínseca ao homem, de modo que se manifesta independentemente do modelo econômico que se adota. Vemos este amor servil ao dinheiro tanto nos corretores de Wall Street quanto nos líderes comunistas, com suas vidas opulentas enquanto os cidadãos de seus países morrem de fome. (Vide Venezuela, Cuba, Coreia do Norte, e, em proporção menor, o próprio Brasil). Agora, uma vez que se entende isso, só o livre-mercado possibilita a VERDADEIRA caridade. Só no livre-mercado alguém pode dizer: "Quer saber? Meu produto vale $100,00, mas vou doá-lo para esta pessoa". No comunismo, isso é teoricamente impossível e praticamente ilegal. Em quartofazendo jus à teoria, os resultados desses sistemas podem ser conferidos na prática: todos os países em que o livre-mercado foi respeitado cresceram em riquezas, tiveram sua população pobre diminuída e eliminaram a miséria. O oposto é verdadeiro: todos os países que aderiram ao socialismo se afundaram na pobreza. E aqueles que ainda não alcançaram o fundo do poço (como o Brasil, por exemplo), caminham a passos largos nessa direção. 

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