Pedofilia, zoofilia e o relativismo ético
10:22
Apesar de viver no Brasil do século XXI eu não consigo deixar de me surpreender com a descaracterização do ser humano pelo pecado. Talvez porque Deus tenha me orientado a não me conformar com este século (Rm 12.2).
Deixando de lado as outras aberrações que nos escaldam, suas extensões e desdobramentos políticos e éticos, me parece especialmente notória a ENERGIA que homem mau tem despendido para que SUA PRÓPRIA anormalidade bestial e perturbadora deixe de ser uma exceção à regra e passe a dar o tom do comportamento humano para toda a espécie. Se o cara é uma aberração porque, sei lá, gosta de esfolar bebês vivos, ele, na impossibilidade dilacerante de enfrentar a luz julgadora de Cristo (Jo 3.19) e de lidar com o testemunho interno da norma da lei divina (Rm 2.12), passa a desejar que todos os seus semelhantes adotem o seu comportamento, de modo que sua própria dissonância seja diluída e amortecida pela adesão da maioria.
Um exemplo deste insistente dispêndio energético tem ocorrido para a discriminalização da pedofilia. Sim: pedofilia! A página de esquerda (quem mais?!) Humaniza Redes postou noutro dia um conteúdo na mais terna intenção de nos esclarecer que pedófilo não é aquele que deseja sexualmente crianças, mas aquele que parte para a prática. Ou seja, enquanto ele apenas desejar, ele não é pedófilo. (Curiosamente, eles retiraram o post do ar).
À luz do referido post e de seu apelo velado, não podemos discriminar quem "apenas" quer transar com criancinhas, mas não transa. Portanto, pedófilos podem ser discriminados. Portanto, são, na verdade, vítimas. A mensagem que subjaz ao post do Humaniza Redes, parafraseando, foi: "somos todos pedófilos".
Asqueroso.
Essas recentes mudanças no panorama global nem se acomodaram ainda e um discurso fourplay pró-zoofilia começa a despontar. Ao que parece, a agenda agora é discriminalizar quem faz sexo com animais. A Revista Época, em coluna da jornalista Cristiane Segatto*, arrogou para si a função messiânica de retirar as vendas nos olhos da humanidade para que todos nós possamos compreender a pessoa que transa com animais e, quem sabe, a ela estendermos nossa mais feliz e calorosa empatia. Segatto, inclusive, recruta gatilhos emocionais como a palavra "tabu" e chega a falar em "[…] julgamentos morais apressados". Ela quer que todos nós, junto com os amantes de crianças e de animais, cantemos juntos "Kumbaya" ao redor de uma fogueira e comamos marshmallows … como se tudo estivesse dentro dos padrões, como se a "verdade" fosse uma teoria deflacionária e como se a valores morais fossem uma criação humana.
Com efeito, essa supressão da verdade que o homem caído empreende em favor da mentira exerce um impacto profundo na práxis do ser humano. Cada vez mais estamos sendo constrangidos a sufocar "julgamentos morais apressados" e apenas aceitar um fato ou interpretá-lo sob outra perspectiva. A premissa oculta neste esforço perverso é a de que a dimensão moral de comportamentos ou fatos é inerentemente neutra, e de que comportamentos ou fatos recebem valores morais a partir de uma fonte externa.
Ademais, essa falsa premissa, aliada à noção espúria de que todas as religiões são verdadeiras e levam ao mesmo caminho, conduzem à conclusão de que, uma vez que julgamentos morais são vetorizados por religiões ou filosofias, logo, julgamentos morais (ainda que conflitantes) são todos válidos e verdadeiros, de modo que um comportamento NUNCA será inerentemente bom ou ruim. Em suma: metafisicamente, tudo vale e tudo pode. Isto reflete a cosmovisão progressista.
A célebre frase de Fiodor Dostoievski sintetiza bem o cenário:
“Se Deus não existe, tudo é permitido.”
Notas
*http://revistaepoca.globo.com/Saude-e-bem-estar/noticia/2011/10/sexo-com-animais-por-que-fingir-que-isso-nao-existe.html
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